Gestão escolar: o desafio de ser um bom líder

O presente texto tem como objetivo sintetizar e apresentar as principais discussões que fundamentam o III Seminário de Educação - Gestão Democrática Escolar: os principais desafios de um líder na atualidade, refletindo sobre as pesquisas realizadas acerca do trabalho de um gestor escolar, focando os princípios democrático e participativo, enfatizando a liderança e a gestão de resultados, objetivando desenvolver capacidades e habilidades de liderança; compreender, reconhecer e analisar indicadores de sucesso nos processos envolvidos nas inovações organizativas e pedagógicas.

Atualmente, a liderança é um dos temas mais presentes e valorizados na gestão escolar. Tratando-se de estudo complexo, não pode ser isolado do cotidiano e demais vertentes como no modelo de administração clássica, centralizado na figura do diretor, para a compreensão do líder como um diferencial para o sucesso nas instituições públicas, aquele que centra suas ações na cultura da organização, criando à equipe um sentido para a realidade, uma visão que mobilize os membros da organização, motivando e incentivando.

Mas, qual seria o papel de um líder? Como desempenhar esse papel de modo eficiente? A prioridade da gestão escolar deve ser a formação da sua equipe.

O Seminário surgiu do interesse em refletir sobre os desafios do gestor escolar, para gerar um processo de mudança nas organizações escolares que buscam adequar-se aos novos padrões da sociedade atual, por meio da inovação e da prática de gestão democrática e participativa. Desse modo, este Seminário tem como objetivo discutir a atuação da Liderança na busca pela mudança organizacional da escola para que a mesma proporcione um ensino de alto nível aos seus alunos.

Neste sentido, o gestor deve estar aberto às novas aprendizagens como a de tomar decisões sobre os problemas da organização escolar, das formas de liderança, da organização e gestão de resultados, dentre outras; conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para ser um participante atuante e crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem como, as modalidades e instrumentos de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar (avaliação institucional) e da aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações objetivando a implementação do Projeto Pedagógico da escola.

De acordo com Penin & Vieira (2002, In: VIEIRA, 2002) a escola sofre mudanças relacionando-se com os momentos históricos. "Sempre que a sociedade defronta-se com mudanças significativas em suas bases sociais e tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola". (p. 13). Assim, o papel da escola deve estar de acordo com os interesses da sociedade atual, ou seja, a escola precisa assumir as características de uma instituição que atenda às exigências geradas por esses fatores. Sendo assim, a gestão da escola precisa se empenhar para reestruturar a escola, pois a aprendizagem agora ocupa toda a vida das pessoas, além da escola, adquirem-se conhecimentos em diversos espaços, no familiar, no social e no virtual.

O papel do líder eficiente, com foco na formação da sua equipe e análise de indicadores concretos que orientem a ação.

"Ao conhecer as necessidades de sua equipe, o gestor pode criar condições positivas para que os profissionais encontrem energia no trabalho". "O que um bom líder consegue é criar condições favoráveis para que a motivação aflore. Ao conhecer as necessidades de sua equipe, o gestor pode criar condições positivas para que os profissionais encontrem energia no trabalho", resume Sonia Simões Colombo. A gestão escolar deve trabalhar com indicadores de sucesso.

Para assegurar a eficácia da gestão, o gestor prioriza os resultados que melhor refletem suas metas - ações padronizadas e corrigidas. É importante que a escola defina claramente o que quer mensurar e como fazê-lo, definindo métricas concretas que possam ser acompanhadas.

Para gerar um ambiente de trabalho favorável é necessário que o gestor tenha um olhar especial e diferenciado para sua equipe, garantindo assim um ambiente positivo de trabalho - essas são estratégias para a obtenção de um melhor entrosamento, afinal quando você tem uma equipe muito boa, ela estará preocupada com os bons resultados da sua instituição.

PARO (1993, p. 105) nos oferece importante esclarecimento quando afirma ser a escola uma instituição social, "cuja especificidade é precisamente a transmissão do saber de forma sistemática e organizada". Deste modo, é preciso investir na transformação da atitude dos profissionais da escola, no sentido de orientar suas práticas pedagógicas e administrativas para a garantia de uma educação formal contínua e de qualidade aos alunos.

Discutir Liderança no contexto escolar demanda uma ação articulada e conjunta na superação dos problemas cotidianos da escola, sob novo enfoque. O que define como padrão de seleção dos gestores escolares são as competências. Ao acompanhar o trabalho desses profissionais na escola, participando da sua rotina de trabalho observou-se que realmente o que se considera não garantem as habilidades exigidas para o cargo.

O ensino público há algumas décadas era destinado a poucos e orientado por um sistema administrativo centralizador. Nesse modelo, a qualidade era garantida com mecanismos de controle e cobrança. As constantes mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas requerem que a escola atenda às exigências impostas pelo novo modelo de sociedade: a Sociedade do Conhecimento. Portanto, na atualidade as organizações escolares estão passando por vários desafios e mudanças, já que a nova sociedade incita essas transformações, tornando relevantes aspectos como inovação, competitividade e produtividade. Com isso, o ser humano se tornou o elemento-chave. Nesse contexto que surgiu a necessidade de haver uma ou mais pessoas para Liderar as para a direção de uma organização desejada.

Geralmente o líder é uma pessoa empreendedora, sem deixar de ser flexível tem autocontrole, determinação e se empenha em manter o entusiasmo da equipe. Conhece os fundamentos da Educação, pois é desse conhecimento que virá sua autoridade.

A liderança depende muito da democracia para ser bem-sucedida, pressupõe a aceitação das pessoas com relação a uma influência exercida.

Segundo Heloísa Lück "O Líder faz com que os membros da sua equipe cheguem no horário, pois do contrário sofrerão descontos, influencia o comportamento deles no âmbito administrativo. Contudo, no momento em que ele deixa de impor a pena, tudo volta à condição inicial. Já o gestor que leva a equipe a compreender como a pontualidade contribui para a melhoria do trabalho alcança resultados perenes, que são incorporados naturalmente".

Todo profissional deve ter autoridade para o exercício de suas responsabilidades. Em nenhuma profissão ela é conseguida pelo cargo, mas pela competência. O autoritarismo é constituído com base na posição ocupada. O líder não tendo a devida competência, determina e obriga o cumprimento de tarefas, sem compreender adequadamente os processos e as implicações na realização do trabalho, sendo assim, a equipe passa a agir sem comprometimento, gerando resultados menos efetivos do que poderiam ser.

Quando os Líderes da equipe assumem os objetivos e abraçam missão, conseguem engajar sua equipe com um objetivo comum, bem como devem ficar abertos para ensinar e aprender o tempo todo. Sua função é construir um capital humano para futuras estratégias. Mas como motivar pessoas? Uma das formas é explicar para as pessoas da sua equipe que suas ações são singulares, que não existe nada parecido, que são pioneiros nesse caminho, se conseguir seremos os primeiros nesse segmento. Essa motivação é importante para profissionais especializados. Bons líderes não se intimidam, são seguidos e admirados pelas suas atitudes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LÜCK, Heloísa et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.

FULLAN, M; HARGREAVES,A. A Escola como Organização Aprendente: Artmed, 2000.

LEI Nº. 9394/96, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Ministério da Educação. Brasília. 1996.

PENIN, Sonia T. Sousa; VIEIRA, Sofia Lerche. Refletindo sobre a função social da escola. In: VIEIRA, Sofia Lerche (Org.). Gestão da escola - desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 13 a 45

PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 1993

Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora